Comprar um imóvel em leilão pode
ser um bom negócio e gerar economia, mas requer muitos cuidados, veja quais são
eles; modalidade é ideal para quem tem dinheiro guardado e paciência
Os leilões de imóveis podem
encurtar o caminho entre o sonho e a compra da casa própria que, nesses casos,
pode sair mais barata do que os preços praticados no mercado. Mas há vários
aspectos que devem ser analisados para evitar transtornos, ainda mais para quem
nunca comprou em leilões.
A advogada especialista no ramo
imobiliário Thaissa Figueiredo lembra que, em alguns casos, os imóveis que vão
para leilão são "tomados" de seus proprietários por causa de dívidas.
Por essa razão, a maioria deles vem cercada de ônus, muitas vezes inesperados
pelos arrematadores. "Podem ser dívidas de Imposto Predial e Territorial
Urbano (IPTU), imóveis ocupados pelos antigos proprietários, estado de
conservação imperfeito, entre outras situações", exemplifica a advogada.
Ela orienta os interessados a ler
todo o edital referente ao leilão do imóvel desejado. É nesse documento que
estão informações importantes sobre o imóvel, como a existência de ônus na
matrícula do bem, assim como as formas de pagamentos e a possibilidade de
parcelamento.
O próximo passo é visitar o
imóvel para verificar o estado de conservação e conferir se permanece ocupado –
neste caso, se o imóvel for arrematado é preciso demanda judicial para pedir a
desocupação. "Ao arrematar o bem, ganha-se uma carta de arrematação, o que
dá direito ao arrematante de solicitar a desocupação, entretanto, pode haver
resistência. Assim como se a conservação não estiver boa, os gastos com reforma
podem fazer a compra não valer a pena", diz Thaissa.
Ela acrescenta que também é comum
que esses bens não estejam com o IPTU e outras taxas em dia. "O arrematante
terá que arcar com todas.
Outra preocupação do comprador
deve ser com o preço de avaliação do imóvel, já que, dependendo do valor de
mercado, o arremate pode não compensar, levando em consideração os 5%
acrescidos no valor, que são destinados ao leiloeiro. Na opinião da advogada é
interessante consultar um corretor de imóveis para uma estudo sobre o preço.
"Lembrando, que os imóveis que vão para leilão normalmente têm uma
desvalorização variável entre 20% e 30%", explica. Por essa razão, vale
estabelecer um teto para o lance máximo, com base no valor de mercado do imóvel
e nas despesas que terá com o leilão. "Muitas vezes as pessoas se empolgam
e oferecem um lance que no fim das contas não torna o negócio tão
lucrativo".
A advogada orienta o comprador a
registrar o imóvel depois da arrematação. Ela explica que muitos imóveis
leiloados possuem outras penhoras. "Essa informação deve constar no
edital. E, para que o bem comprado não seja arrematado em outro leilão, é
necessário comunicar a aquisição ao cartório o mais rápido possível. A venda
fica registrada na matrícula do imóvel". Ela lembra que "a partir do
momento que o auto de arrematação for assinado pelo juiz, o negócio torna-se
perfeito e irretratável, não podendo haver a desistência".
Oportunidade
Segundo o leiloeiro Werno
Klöckner Júnior, é possível comprar um imóvel, seja casa, apartamento, ou
prédio comercial, oferecendo de 70% a 80% do valor de mercado. Ele reforça as
orientações da advogada, sobre a necessidade de pesquisar o imóvel em questão,
verificar o edital e as formas de pagamento, assim como a situação do imóvel e
de que tipo de leilão faz parte: judicial ou extrajudicial.
Para sair ganhando em um leilão,
os requisitos básicos destacadas pelo leiloeiro são ter dinheiro e paciência.
Segundo ele, é importante esperar pelo imóvel desejado ou acompanhar os editais
de leilões até que surja a oportunidade ideal - vale considerar todos os
aspectos, estabelecer um teto para o lance e pesar prós e contras. "Se não
houver pressa, as chances de se fazer bom negócio aumentam".
DIFERENTES LEILÕES
Judicial: quando o proprietário
tem alguma dívida. O imóvel é penhorado e vai a leilão para saldar a dívida por
determinação da Justiça.
Extrajudicial: instituições,
empresas, entre outros, vendem bens de seu ativo.
ANTES DE COMPRAR UM IMÓVEL EM
LEILÃO, CONSIDERE ALGUNS ASPECTOS
As pessoas que podem participar
de leilões
É preciso ter mais de 18 anos e
estar livre na administração de seus bens. Para participar é preciso RG, CPF ou
CNPJ e comprovante de endereço.
Antes de participar
Verifique a certidão do imóvel,
certidão negativa de débitos condominiais e pagamento de IPTU, que pode ser
verificado na prefeitura. Contate um corretor de imóveis ou uma assessoria
especializada em leilão de imóveis.
Procedimento para ver o imóvel
O bem deve estar na posse do
leiloeiro. Dessa forma, é só agendar a visita (art.705, inciso III do Código
Processo Civil). O interessado também deve ir ao local para obter o máximo de
informações.
Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço (FGTS)
Não existe impedimento legal para
pagar o bem arrematado com recursos do FGTS. Mas se o pagamento for à vista, o
levantamento do dinheiro pode demorar e inviabilizar o processo.
Durante o leilão
Preste atenção durante o processo
para evitar lances em lotes não desejados ou acima do valor pretendido.
Pagamento
Confira as possibilidades no
edital para não ter surpresas de última hora.
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