Quem já tem um pé-de-meia para comprar a casa própria ou conseguiu uma carta de crédito imobiliário no banco pode encontrar ofertas tentadoras de apartamentos dos sonhos nos diversos leilões de imóveis que acontecem todas as semanas na capital.
Em média, são realizados 310 leilões de imóveis por ano na cidade de São Paulo que conta com 376 leiloeiros com registro na Junta Comercial. No estado, são 470 leiloeiros cadastrados.
No leilão, o valor do imóvel é determinado no edital de acordo com a avaliação do vendedor. No final da disputa dos lances, o bem é vendido por um valor até 40% abaixo do preço de mercado.
“É preciso ter um boa noção dos preços de mercado para não se deixar tomar pela empolgação. Na maioria das vezes, o preço final compensa”, disse Ivanildo Pontes, responsável pelo site Leiloeiros do Brasil.
Segundo o sindicato dos leiloeiros, o setor não tem a contabilidade dos valores negociados em leilões de imóveis. Porém, a percepção é de crescimento, principalmente por causa dos imóveis populares com valor de até R$ 300 mil, cada vez mais comuns nos leilões.
Entretanto, o consumidor precisa ficar atento e conhecer muito bem as regras dos leilões para não ter dor de cabeça depois. O ideal é ir conhecer os leilões antes de começar a dar lances e contar com a assessoria de um advogado para analisar a situação jurídica do imóvel pretendido.
Basicamente, existem dois tipos de leilões: o judicial e o extrajudicial. O judicial é feito pela Justiça com o objetivo de transformar os bens de uma pessoa ou de uma empresa em dinheiro para pagar indenizações. “São leilões mais arriscados porque nunca se sabe a real situação do imóvel. Pode ser que ele seja objeto de disputa em um outro processo, por exemplo”, afirmou Pontes.
O leilão extrajudicial não envolve nenhum processo da Justiça e a iniciativa de se desfazer do imóvel é do proprietário, geralmente um banco ou construtora que retomou o imóvel por falta de pagamento.
Segundo Celso Petrucci, diretor executivo do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), leilões são boas alternativas, mas é preciso atenção. Ler bem o edital, ir antes até o local para conversar com porteiros e evitar entrar em leilões de imóveis ocupados. Para quem não tem experiência no ramo, é bom começar com leilões de bancos. Caixa e Santander fazem de três em três meses. E ficar atento às despesas de escritura, a mesma do mercado regular.
É preciso se preparar para imprevistos, diz advogado
Experiente em leilões, o advogado Fabiano Manfrin Coppini, 36 anos, comprou duas casas em leilões. Uma em Santo André, há cinco anos, e a segunda em São Bernardo, há dois. “Em ambos os leilões, paguei menos de 60% do valor real dos imóveis“. O segundo nem precisou de reforma, estava em ótimo estado.” Apesar do lucro expressivo nos dois negócios, o advogado recomenda cautela aos iniciantes.
“O ex-proprietário da casa, que perdeu o imóvel por falta de pagamento, me processou duas vezes para tentar anular o leilão. Tive despesa extra para me defender”, disse. Na capital, o ganho compensa. No final do mês passado, um apartamento no Butantã, Zona Oeste, de 175 m², duas vagas na garagem, foi vendido por R$ 247 mil. O valor do imóvel é de, no mínimo, R$ 411 mil. O comprador poupou R$ 164 mil.
Fonte : Diário de São Paulo
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